O encontro aconteceu no auditório da ETE Prof. José Luiz de Mendonça, na quarta-feira (20), e contou com a participação da Prefeitura de Gravatá, através da Vigilância Sanitária, Ministério Público de Pernambuco, por meio da 2ª Promotoria de Gravatá, profissionais da comunicação e imprensa do município.
O coordenador da Vigilância Sanitária Ambiental, Vandenberg Oliveira, falou da importância do engajamento de diversos setores, população e visitantes, para combater a infestação dos pombos, que vem causando riscos eminente à saúde das pessoas.
“Sem dúvida alguma, é uma ação de extrema importância tomar medidas com relação aos pombos da Praça da Matriz e outros pontos do município. Estamos tratando de saúde, um dos principais direitos do cidadão. E o Ministério Público de Pernambuco, através da 2ª Promotoria de Gravatá, se engaja e está à disposição para juntos buscar uma alternativa e mudar esse índice de infestação dos pombos no município’, afirmou a promotora Dra. Fernanda Nóbrega.
O veterinário Dr. Ítalo Henrique Kokay, falou da importância de multiplicar informações com respaldo na ciência para coibir a proliferação e concentração de pombos na zona urbana. “Esses animais não devem ser maltratados e nem machucados, mas afastados da zona urbana. Pois eles causam sujeira, mau cheiro, barulho, danos materiais e doenças com índice de letalidade”.
“A sujeira causada pelos excrementos, penas e materiais usados para a confecção dos ninhos, que ficam na parte alta das casas e edifícios, podendo causar entupimento de calhas, impedindo o escoamento da água das chuvas. Bem como, o risco dos pombos se instalarem na caixa d’água, contaminando o reservatório”.
“O mau cheiro causado pela presença de pombos no ambiente se agrava, a partir da infestação. Ou seja, quanto mais pombos no local, maior odor decorre prioritariamente das fezes dos animais”.
“Observem os barulhos vindo do forro da casa. O farfalhar das asas e o canto dos pombos, conhecido como arrulho, fica mais forte conforme a população da praga aumenta”.
“Vale lembrar que os pombos urbanos procuram restos de alimento no lixo. E enquanto procuram seu alimento, depositam cocô no ambiente, proliferando fungos, bactérias e outros parasitas nocivos – um risco à saúde humana – pois mais de 50 doenças são associadas aos pombos”.
“Entre as várias doenças graves relacionadas aos pombos, vale destacar as mais recorrentes transmitidas pelas fezes:
– Salmonelose – infecção bacteriana que causa vômito, febre e diarreia;
– Criptococose – micose fúngica, com alto grau de letalidade, caracterizada por lesões de pele similares a espinhas;
– Meningite – geralmente está associada à forma sistêmica da criptococose, ocasionando sintomas como rigidez na nuca, fraqueza, vômitos e sudorese noturna;
– Histoplasmose – doença similar à gripe, mas desencadeada por fungos, que atinge principalmente trabalhadores rurais e da construção civil (por causa da inalação de esporos, as células reprodutoras dos parasitas);
– Ornitose – moléstia bacteriana cujos sinais incluem febre, arrepios, tosse e perda de apetite”.
Os pombos causam doenças neurológicas e respiratórias por inalação, principalmente em pessoas com o sistema imunológico comprometido. E não adianta varrer ou raspar a sujeira deixada pelos pombos, as partículas ficam suspensas no ar. E quando inaladas podem causar complicações a saúde.
A melhor maneira de remover as fezes de pombos é lavar a área com água sanitária ou outro produto à base de cloro. Cobrindo o nariz e a boca com pano úmido, para evitar a inalação dos esporos.
NÃO se pode usar veneno contra pombos, eles são protegidos pela Lei Nº 9605/98, que proíbe a captura e o abate de animais com métodos inadequados. Apenas profissionais habilitados podem atuar na captura e no manejo as pragas urbanas.
A infestação atual de pombos, estabeleceram seu habitat em locais abertos ou semiabertos de ruas de Gravatá. Eles estão abrigados em locais altos como telhados, beiras de prédios históricos, espaços em instalações de ar condicionado, torres e janelas de igrejas e dentre outros locais em que é possível eles posarem.
Então o que fazer para eliminar e controlar a infestação de pombos?
Para o Eco-epidemiologista e professor de biologia, Dr. Emmanuel Messias Vilar, “Não alimentar os pombos. Alimentar os pombos pode parecer uma atividade inocente, mas a verdade é que você ajuda a desequilibrar a população destes animais”.
“O motivo? Sem predadores naturais e com alimento e abrigo em abundância, os pombos possuem condições perfeitas para se reproduzir com certa facilidade. Assim, nasce uma superpopulação que pode carregar agentes patogênicos que transmitem várias doenças. Ou seja, o pombo é uma ameaça para a saúde pública”.
“Não se preocupem em alimentá-los. A natureza dá conta do recado e eles vão procurar os alimentos naturalmente, permitindo o controle. E também é imprescindível não tocá-los, qualquer contato físico pode desencadear a transmissão de doenças”.
“Os proprietários de imóveis com infestação também devem providenciar obstáculos para dificultar o pouso e a construção de ninhos”.
“E todos de um modo geral, devem restringir os locais de acesso ao pouso dos pombos. A recomendação é instalar grades e armaçõespontiagudas e irregulares em locais frequentados por pombos, como parapeitos, janelas e marquises. Pois essas estruturas impossibilitam o pouso das aves, fazendo com que elas voem para longe sem se machucar”.
Para se ter noção da velocidade do acasalamento das pombas, a reprodução pode ser feita em qualquer época do ano. Sendo que o período de junho a novembro, são os meses ideais a reprodução, pois não faz muito calor, facilitando a criação.
Os pombos são símbolos do amor por serem fiéis e monogâmicos. E após o acasalamento perseguem constantemente a fêmea, e só sossega quando ela vai para o ninho. Desse modo ela não põe os ovos em qualquer lugar, e não corre o risco de quebrá-los.
A fêmea bota dois ovos por vez, com tempo da incubação, que dura de 17 a 18 dias. Macho e fêmea se empenham nesta tarefa, se revezando em turnos e garantindo a procriação.
Agora imagine quantos filhotes podem ser gerados por cada casal de pombos. E que os pombos grandes ou pequenos, jovens ou velhos, podem ser excelentes transmissores de doenças para os humanos e com um ano de idade podem procriar.
Participe da campanha que alerta sobre os perigos que os pombos representam à saúde pública e controla sua infestação..
Em Gravata, na praça da Matriz tem um grande número de pombos que procuram o local devido à oferta de comida. E as pessoas precisam ter consciência de que não se deve alimentar aos pombos.
Não alimente os pombos, pois ao deixar de os alimentar, eles irão instintivamente procurar seu alimento fora da área urbana, ocasionando a diminuição natural do número de animais na cidade. Outra consequência da alimentação excessiva é o aumento do acasalamento. Pois segundo dados obtidos, por ele estarem fora do seu ambiente natural e apresentarem sobrepeso, se reproduzem mais vezes por ano.
Que tal eu e você sermos aliados dessa campanha. E só para começar:
- Não alimentar os pombos;
- Não dar água aos pombos;
- Fechar com telas os lugares onde a ave possa se abrigar, como forros e telhados de casa e prédios e caixas de água e ar condicionado;
- E antes de remover as fezes, molhá-las com água e cobrir o nariz e a boca com um pano.
O vice-prefeito e secretário de Turismo, Cultura, Esportes e Lazer, Júnior Darita, encerrou o encontro falando do compromisso da gestão em tomar providência com relação a população dos pombos em Gravatá, e da primeira fase do plano de ação para redução e controle de pombos em Gravatá.
O plano de ação consiste em campanha com ações educativas e de conscientização, com o objetivo de trabalhar a importância de não alimentar as aves, beneficiando a comunidade. E os próprios animais que não estão em seu habitat natura, e estão obesos, com uma expectativa de vida menor do que a normal e alterações metabólicas.
Fotos: Ednaldo Lourenço
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